

Vive-se a cada ano o Natal e, embora todos saibam que celebramos o nascimento de Jesus na fé cristã, grande parte das pessoas não sabe sobre sua origem e seu significado.
O Papa Bento XVI nos ensinou em uma de suas audiências que o Natal nasce da fé na Encarnação do Filho de Deus, mas o Ano Litúrgico da Igreja teve início, antes de tudo, a partir da Páscoa, ou seja, da ressurreição de Jesus.
No início do século III, a data 25 de dezembro foi estabelecida, mas somente no século IV é que esta celebração cristã substituiu a festa romana do "Sol Invictus", proclamando Cristo como a verdadeira luz.
O teólogo e professor Lino Rampazzo explica melhor esse surgimento:
"Nós poderíamos dizer que a primeira festa da qual nasceu o Natal foi uma festa pagã. Era a festa do início do inverno. Estamos falando do Império Romano que está no hemisfério Norte. Nós, no mesmo período, temos o início do verão. Mas, por ser o início do inverno, tínhamos os dias mais curtos, especialmente em Roma, quando no dia 25 de dezembro o sol se levanta lá pelas sete e meia da manhã e vai-se pôr para as quatro e meia da tarde, mais ou menos. Depois desses dias com pouco sol, com pouca luz, tem dias com sempre mais luz até chegar em junho, em pleno verão, quando o sol levanta às cinco da manhã para se pôr às oito da noite. Então os pagãos celebravam o nascimento do sol, o “Deus Sol” que nasce. E a partir do apoio que o imperador Constantino, no quarto século, dava ao cristianismo, é que essa festa de origem pagã foi batizada com o sentido cristão. Cristo é o novo sol. Cristo é a nova luz que vem no mundo."
Assim, o Natal passou a anunciar que Deus visitou o seu povo e consagrou definitivamente o "templo" da humanidade na pessoa de Jesus. O significado mais profundo do Natal desenvolveu-se especialmente na Idade Média, com São Francisco de Assis.
Foi ele que ajudou a Igreja a contemplar a humildade e a ternura de Deus feito Menino. A partir da experiência do presépio de Greccio, o Natal passou a ser vivido como a festa do Deus-conosco, próximo, desarmado e acessível, que não conquista pela força, mas pelo amor.
Portanto, de acordo com Bento XVI, celebrar o Natal é acolher este mistério de amor, aprender com a simplicidade da infância espiritual e reconhecer que, na fragilidade do Menino de Belém, Deus revela o seu rosto misericordioso e chama cada pessoa a uma relação íntima e confiante com Ele.